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A UNIJALES 50 anos- Educação e Ensino Superior na cidade Jales-SP

Entrevista com a professora Élida Maria Barison da Silva
• Jémerson Q. de Almeida  


O país que possuir a melhor capacitação para construir instrumentos para os laboratórios dos cientistas e para construir instrumentos que fabriquem estes instrumentos, este país pode ser considerado o mais complexo no campo técnico-industrial, o mais civilizado, etc. Do mesmo modo ocorre com a preparação dos intelectuais e nas escolas destinadas a tal preparação; escolas e instituições de alta cultura são similares. Neste campo, igualmente, a quantidade não pode ser destacada da qualidade. (Antonio Gramsci). 


Jémerson Almeida: Pode nos falar sobre sua formação, trajetória na pesquisa e educação?  
Élida Barison: Formei-me professora no Curso de Formação de Professores Primários no Instituto de Educação “Dª Leonor Mendes de Barros” (1972). Na Faficle, (agora Unijales), conclui o Curso de Estudos Sociais (1973) e Pedagogia (1976). Na Faculdades Integradas Rui Barbosa, fiz os cursos de História (1978) e geografia (1979). Na Universidade Federal de Uberlândia, conclui o mestrado em História Social (2004).  
A minha trajetória na educação começou no ensino fundamental 1 (Professora de 1º e 2º ano), prosseguindo como Professora de História no Ensino Fundamental 2, Ensino Médio e no Ensino Superior (Unijales), Diretora de Escola nas redes pública e particular, Secretária de Educação no município de Jales (2005 a 2012). E desde 2013, estou na direção do Colégio XV de Abril de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Anglo de Jales. 


Jémerson Almeida: De modo a aproximar nosso leitor à sua produção acadêmica, poderia em algumas palavras nos apresentar a substância dos seus estudos e pesquisa? 
Élida Barison: Desenvolvi a pesquisa no Curso de Especialização e, diante da sensação do inacabado, do incompleto, continuei o trabalho no Curso de Mestrado. O tema da pesquisa foi “A infância e a adolescência pobre na cidade de Jales ?” , no universo temporal de 1970 a 2001, quando vigente o Estatuto da Criança e do Adolescente. Utilizei como fontes as narrativas orais, documentos oficiais, jornais locais e fotografias. Entrevistei crianças que frequentavam entidades sociais da cidade (Casa da Criança, Lar transitório São Francisco de Assis, Corpo e Mente em Movimento, Associação Evangélica Beneficente Monte Sião, entre outras, além de meninos sorveteiros. Trabalhei com memórias de adulto que, quando criança, exerceu a função de empregada doméstica, guarda mirim e morara no Lar Transitório. Este trabalho permitiu-me conhecer como estes sujeitos sociais viviam e interpretavam suas experiências, como viam a si mesmos e como viam o mundo ao seu redor. Enquanto sujeitos históricos, tiveram suas vozes registradas, interpretadas e respeitadas. 


Jémerson Almeida: A Educação é uma prática universal na sociedade moderna, alcançando o consenso de que é preciso formar o cidadão para que ele cumpra papel efetivo na sociedade democrática. Nesse sentido, as instituições de ensino superior são de extrema importância para a formação inicial e continuada dos profissionais que poderão atuar na área da educação. Com base nisso, de que forma avalia a trajetória do ensino superior na cidade de Jales-SP? 
Élida Barison: Considero que Jales tem uma longa e bela trajetória no ensino superior, na área da educação. Começou muito cedo, há 50 anos, sendo pioneiro na região, com a Faficle, hoje Unijales, responsável pela formação superior, inicial e continuada, de tantas pessoas do nosso estado e estados vizinhos. Possibilitou a formação de grande parte dos professores e gestores das redes pública e particular, cujas escolas se destacam pela excelente qualidade de ensino, atestada pelas avaliações realizadas a nível estadual e federal. Recentemente, vieram a FATEC e UAB (Universidade Aberta do Brasil) fortalecendo a rede de ensino superior em Jales. 


Jémerson Almeida: A cidade de Jales, há muitos anos se converteu num centro de formação docente no estado de São Paulo. Todavia, a formação de professores no Brasil, sofreu, nas últimas décadas, com a falta de interesse das pessoas em se tornar professores. Desta maneira, como compreende os impactos educacionais do pouco número de licenciados que se formaram na região nos últimos anos? 
Élida Barison: Considero que os impactos educacionais do baixo número de professores licenciados na região e no Brasil já são e serão enormes. A maioria dos estudantes brasileiros não se sentem estimulados a seguir a carreira docente, pois é desvalorizada, não tem plano de carreira minimamente atrativo, há violência em muitas escolas e, infelizmente, com exceções, não há vontade política de ofertar ensino de qualidade para todos os brasileiros. Ainda assim, continuamos lutando para que esta profissão tão linda e importante seja valorizada e revigorada no país e que a Unijales continue sendo um centro de formação de docentes.      


Jémerson Almeida: Acredita que a formação em nível superior de uma parcela cada vez maior dos habitantes de nossa região, ainda é o caminho para a superação da pobreza, oferecendo maiores perspectivas para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores?  
Élida Barison: Sem dúvidas, considero que a educação é o fator primordial para superar a pobreza e melhorar a qualidade vida dos brasileiros. Nesta longa trajetória no setor da educação, presenciamos tantos alunos pobres, muitos deles sendo os primeiros da família que concluíam o ensino superior, ingressando em funções e cargos públicos e particulares, galgando cursos de mestrado e doutorado e melhorando sua qualidade de vida. Sou uma entusiasta pela educação como o caminho para amenizarmos as graves desigualdades sociais presentes em nossa sociedade.       


Jémerson Almeida: Com base nas mudanças na estrutura da educação brasileira, fruto das políticas educacionais em curso nos últimos anos, e do avanço tecnológico que oportunizou o crescimento do ensino à distância, como analisa a formação superior em nossa região, nesta nova conjuntura socioeducacional? 
Élida Barison: Vivemos em um mundo de mudanças muito rápidas e as escolas, em todos os níveis, precisam acompanhar esta evolução, considerando que o avanço tecnológico permeia toda vida social, e que trabalham com uma geração que nasce conectada. O que se deve cuidar é da qualidade do ensino, sendo ele presencial ou a distância, não aligeirando a formação do aluno e dando-lhe um diploma sem o embasamento necessário para que ele exerça sua profissão com competência. Sou grata a Unijales, que permitiu que meu sonho de criança, ser professora, se concretizasse, permeando minha trajetória profissional, desde a formação inicial até a oportunidade de compor a equipe de trabalho da instituição.   


O professor Jémerson Almeida é graduado em História (2009) e Pedagogia (2018) pelo Centro Universitário de Jales (UNIJALES), mestre em Educação (2013) pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e doutor em Educação (2020) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Foi bolsista CAPES. Trabalha como professor no Centro Universitário de Jales (UNIJALES), na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e no Colégio Ferreira Prado (POLIEDRO), em Jales-SP.     


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