ENVELHECIMENTO: IDOSO E ATIVIDADE FÍSICA
Em um curto espaço de tempo, pode-se ver em todo o planeta um crescimento vertiginoso da população idosa. Esse crescimento é visto como um fenômeno social e também natural, pois, o número de indivíduos que se encontram nessa faixa etária amplia a cada dia, decorrente dos avanços da medicina, da queda da mortalidade infantil, da melhoria das condições de saneamento básico, da queda da mortalidade, entre outros, os quais somados aumentam a expectativa média de vida de uma população.
Mas, infelizmente, viver mais não significa, necessariamente, viver bem durante um número maior de anos, e ainda, o que se pode constatar é que o envelhecimento da população não está sendo acompanhado de uma profunda melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
O envelhecimento acarreta limites maiores ao indivíduo e a adaptação frente a uma fase nova da vida é a maior dificuldade encontrada pelos idosos. Mesmo assim, isso não significa que o idoso tenha que se abster de tudo, do trabalho, do sexo, da vida social e do lazer.
A idéia de que, a partir de determinada idade, certas atividades não devem ser desfrutadas é uma concepção que tende a ser superada, em função das constantes modificações sociais, principalmente pelas pessoas que chegaram a tal idade. Rompido este mito da incapacidade e do declínio, devido ao envelhecimento, que está presente nos idosos e, até mesmo, entre profissionais que se propõem a trabalhar com grupo de idosos, fica muito mais fácil combater-se os estereótipos e desmistificar a improdutividade após a aposentadoria.
A falta de informação, por parte das pessoas idosas, do que se pode efetivamente fazer nesta fase e das opções existentes, torna um fator impeditivo para que, grande parte desta população, busque redimensionar sua participação nos diversos aspectos da vida social. Entretanto, há os que aproveitam esse benefício, de forma a ganhar em termos de melhoria de qualidade de vida, utilizando esse tempo livre para o cuidado com a saúde e com atividades que lhe tragam mais satisfação pessoal e significantes no âmbito do lazer.
Para se envelhecer bem é necessário equilibrar as potencialidades e limitações, no sentido de que se possam desenvolver mecanismos eficazes para se lidar com as perdas do processo de envelhecimento e adaptar-se, da melhor maneira possível, às desvantagens e incapacidades que podem ocorrer na velhice e, assim, poder usufruir e valorizar bem mais os ganhos desse, que muitas vezes são camuflados ou esquecidos.
Inúmeros benefícios advindos da prática regular de atividade física para essa demanda da população são comprovados cientificamente e não há como questioná-los, pois suas relações com a prevenção de doenças e com a manutenção da independência funcional que estes podem trazer aos idosos são praticamente consensuais.
As atividades físicas praticadas pelos idosos podem ser variadas, desde que não impliquem em riscos para a saúde. Devem sempre ser acompanhadas por profissionais responsáveis e precedidas de avaliação médica. As pessoas, independente da idade, levando em consideração os aspectos físico, motor, cognitivo e social necessários para a prática, podem vivenciar perfeitamente qualquer atividade, desde que respeitem seus próprios limites.
Esta conscientização parece já ter se iniciado, quando se analisa a crescente busca por ações que deem maior consistência à existência, onde a população idosa tem procurado sua reinserção nas esferas sociais, principalmente no contexto da prática de atividades físicas. À guiza de exemplo, por iniciativa do Padre Deoclides, da Igreja Santo Antônio e da coordenadora do curso de educação física da UNIJALES, Viviane Kawano Dias, iniciou-se no dia 04 de junho, um Projeto de Atividade Física para a Terceira Idade, promovido pelos professores e alunos do curso, aos idosos daquela comunidade. Já participam do projeto, aproximadamente 50 alunos, de ambos os sexos, os quais tem aulas de terça e quinta-feira, das 7h30min às 8h30min, de ginástica localizada, dança, atividades e jogos recreativos.
É necessário não sentir a presença da velhice como uma decadência. Permanecer “jovem” física e intelectualmente, através de vários meios, cuja eficácia é conhecida: vigiando a saúde, tendo uma alimentação adequada, praticando exercícios físicos regularmente, mantendo as faculdades intelectuais, pode ser alcançado por todos que chegaram a tal idade. Conservar um pensamento atento, positivo e otimista é cabível a todos e independe da idade.
VIVIANE KAWANO DIAS